04 setembro, 2009

Eu choraria se burlesco fosse, gargalharia se nefasto fosse. Como dizem, é triste olhar nos olhos de quem tu amas sem nada poder fazer. Bato palmas e sorrio, ingenuamente. Jatos viscosos, obtusos; engulo, digiro, defeco. Assim, crus e nus.
- Ah!... Nu. Nu e aqui dentro, pulsando. Tua nudez descorada que tanto contrastou com a minha ausência de ornatos indigesta. Sinto fome.
O batom que corava suas roupas brancas em vermelho, hoje reside na gola de outra camisa e o meu perfume nos pêlos de outra carcaça, aquela qual me sacia de todo. A pele é branca, dessa vez fria, de velos dourados e olhos límpidos. Acho que apenas mudamos nossas identidades, não (?).

4 comentários:

Junkie Careta disse...

"O batom que corava suas roupas brancas em vermelho, hoje reside na gola de outra camisa e o meu perfume nos pêlos de outra carcaça, aquela qual me sacia de todo."

Esse foi provavelmente um dos versos mais originais que já li lá blogesfera.

Redundante: vc é um talento. assombroso. Não canso de me espantar.

Junkie Careta convida os amigos para uma dose de vinho e outra de cicuta no Spleen Rosa Chumbo, porque amar pode doer.

Grande bjo

F. Reoli disse...

Eu gosto pra caralho de te ler. Gosto mesmo! Te beijo!

Bárbara Passoni disse...

Adoreeiiii! a parte do batom que ficava na sua gola agora esta na camisa de outro hahahaha amei essa parte! hahah beijo

Junkie Careta disse...

"O batom que corava suas roupas brancas em vermelho, hoje reside na gola de outra camisa e o meu perfume nos pêlos de outra carcaça, aquela qual me sacia de todo"

Eu vou, volto, vou, volto e toda vez que deparo com esses seus versos fico embasbacado.

Com a devida licença poética:Vc é uma filha bstarda de Baudelaire.Quando vi esse trecho de seu texto lembrei imediatamente do poema "Uma carniça"(na tradução de Ivan Junqueira. Algumas traduções preferem "Uma Carcaça", dai a associação que fiz com seu texto. Em suma: isso foi um elogio.

Quem se arrepia com o que o outro escreve aqui sou eu. E não me refiro somente a esse texto.Vou parar para não ser mais redundante.

Bjo