23 maio, 2009

Amanheci feliz; tinha algo bom a acontecer. Não ocorreu o planejado. Uma espera de uma hora, um almoço a sós, um agarro, uma reclamação, uma consulta. Mais uma espera. Uma rosa vermelha mencionada e não recebida. Uma desesperança, várias lágrimas, um desengano, uma briga. Silêncio. O otorrinolaringologista disse que eu não estava bem e que ficaria melhor se deixasse de lado o meu emocional que tanto tem refletido em minhas tonsilas.
Passei na floricultura, escrevi um bilhete, comprei uma Gérbera Laranja. Cheguei em casa com a fina flor, fingi transbordar felicidade, - foi com certeza minha melhor performance - tranquei-me no quarto, olhei a flor e dei um sorriso para o espelho. Abri o envelope, peguei o cartão e li: "Feliz um ano ao meu lado". Depois contemplei a delicadeza e simplicidade daquele aglomerado de pétalas em minhas mãos; seu cabo estava cortado, não havia mais raiz e ela estava falecendo.
Tornei meus olhos para meu reflexo naquele grande vidro plano metalizado e percebi o quão patética fui, comprei um presente pra mim para quiçá dar um pouco de coloração naquele meu dia cinza.
Uma pétala caiu em frente aos meus pés. A flor chorava. Deitei na cama com o travesseiro entre as pernas, cobri-me com o edredom, fechei os olhos, dei um suspiro profundo e chorei junto com ela.

5 comentários:

Fernanda de Alcântara Alencar disse...

Adorei =)

Mas estar sozinho é tão ruim assim?

Matheus Moreira Moraes disse...

caralho que foda


desculpa as palavras de baixo calão mas elas são de coração.

eauiheaiheaiuaeiuhea
bjs lindia ;3

Anônimo disse...

meu deus, muito bom. senti.
beeijos

Cláudia I, Vetter disse...

me identifico bastante aqui,
sinto-me nas tuas mãos, de repente - como uma flor que falece, ainda que contemplem beleza; me falta vida.

queria que voce viesse, MESMO!

;*****

ricardo ara disse...

adoro os solitários
mas não solitário, sozinho, se é que me entendes

enfim
puta texto, fortissimo