02 julho, 2009

''vem aquela vontade de engolir o mundo, de devorar cada segundo da vida, e tudo se materializa em você, com você, pra você. ridícula, eu, como uma carta de amor. sim, porque mais ridículos que as cartas são os amantes.''
"benditas todas as suas paixões; e todas as marcas e cicatrizes que você carrega no peito; bendita a doçura cafajeste com que encanta tantas mulheres; bendito o acaso que me apresentou a você do jeito errado e na hora errada. bendito seja você, que virou o improvável ao avesso."
"depois de doze noites mal dormidas, de sete tentativas de fuga, de dezoito telefonemas infinitos, de três sessões de closer com sorvete-direto-no-pote e de cinco releituras das orelhas mais amélias [ou amélies] dos meus caios, hoje eu ganhei uma rosa. hoje aquele que também bate no peito dos desafinados enfim se rendeu à vizinha da loucura, aquela senhora vermelha traficante de endorfinas. porque a vida é agora, e hoje eu ganhei um rosa"
"te olho de soslaio e rezo catorze ave-marias pra que você continue distraído e me deixe aproveitar mais um pouquinho a sua presença. você não imagina como é bonito assim, sorrindo, flertando, ensaiando uma dancinha com o pé direito... só não me olha nos olhos pra não me desequilibrar, por favor. pensando bem, me olha sim. juro que controlo meu estômago e te dou o sorriso mais tomara-que-me-coma do mundo. me olha, sorri pra mim e me abraça [e me aperta e me chama de mon bijou, digo...] antes que passe a coragem, antes que o curta rodando na minha cabeça chegue ao fim."
"não há como negar que qualquer reencontro desse gênero que traga frio à barriga tem seu lado bom. endorfinas, meu bem. acompanhadas de culpa, mágoa ou afins, elas inegavelmente estão ali, dando aquela sensação de que o tempo parou no ponto exato em que gostaríamos de estar."
"assim você alimenta em mim a pior coisa que eu poderia sentir agora - as tais "pequenas esperanças", as sem fundamento. então, controla o verbo pra eu não ter que dormir todos os dias esperando a hora de te encontrar na portaria do meu prédio com aquela flor na mão. porque eu ainda espero."

[mila f.]

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